Halving do bitcoin: prepare-se para o maior evento do mercado de criptomoedas – Época NEGÓCIOS


Estamos a aproximadamente 80 dias do halving do bitcoin, marco este que aconteceu apenas três vezes anteriormente – nos anos de 2012, 2016 e 2020. Um dos pontos mais atrativos deste, sob a ótica do mercado financeiro, são os saltos de valorização, nos momentos pré e pós halving: em 2012, o bitcoin saiu de US$ 12,25 para US$ 1.132 no pico do ciclo; em 2016, de US$ 455,18 para US$ 19.188; em 2020, de US$ 8.755 para US$ 69.000.
Mais do que as projeções de alta do bitcoin, o halving utiliza de um recurso único: a emissão programada, responsável por criar um ambiente de curiosidade e antecipação aos investidores. Esse corte, pela metade, na emissão da criptomoeda, realiza a manutenção da taxa de inflação, ao mesmo tempo em que estimula uma espécie de campanha publicitária, gratuita e de alto impacto, para o ativo, tendo em vista que o mundo inteiro está ciente e aguardando pelo halving do bitcoin. Por isso, ele é tido como o ‘evento do ano’ no mundo cripto.
Claro, as boas expectativas não se limitam ao bitcoin: com essa redução da oferta e manutenção da demanda, a principal cripto do mundo pode carregar outros ativos para um cenário de alta. Tendo em vista que muitas moedas digitais ainda não possuem tanta volatilidade ou mesmo tanta participação na vida dos investidores, essa movimentação pode gerar ganhos exponenciais.
Desse modo, ainda que o foco esteja na criptomoeda mencionada, muitos produtos acabam entrando no portfólio de negociantes por meio da busca por inovação e tecnologia, que se dá no processo.
De toda forma, é incerto dizer exatamente o que está por vir neste marco de 2024, uma vez que não há previsão concisa sobre a variação dos preços. Porém, caso o halving não tenha efeito prático de mercado, ainda poderemos afirmar que ele cumpre bem o papel de ser uma comemoração do setor e da regulação cripto de forma geral.
A política monetária do bitcoin respeita uma regra imposta há 15 anos, sem alterações. Satoshi Nakamoto, considerado o criador do ativo, utilizou da estratégia do corte nas emissões como forma de limitar a quantidade em circulação, e garantir que a moeda não seria desvalorizada com o passar do tempo. E assim tem sido feito. Diferente do que acontece com finanças tradicionais, como dólar, euro e real, o bitcoin é limitado, e possui a melhor performance histórica de períodos recentes.
Para além, o processo do halving também está diretamente ligado aos mineradores do bitcoin: nos anos de 2016 e 2020, do volume total do ativo, apenas 2% eram extraídos do processo de mineração. De 2020 a 2024, essa relevância se reduz a menos de 0,5%. Assim, existe um dinamismo em prol da maturação do criptoativo, que passa a atuar de maneira mais desenvolvida e com menor influência dos mineradores no processo.
O real efeito desse marco, sobretudo, está em evidenciar o fundamento da criptomoeda mais importante do mundo: trata-se de um ativo com emissão máxima de 21 milhões, que segue as próprias diretrizes desde o ano da sua criação, em 2008. Mais de 90% do limite de bitcoins já está em circulação, e se engana quem acredita que o ativo é apenas o futuro dos negócios e investimentos: ele é o presente.
* André Franco é chefe de pesquisa do MB (Mercado Bitcoin). Formado em Engenharia Mecatrônica, pela USP, é investidor do mercado cripto desde 2015. Desde 2017, analisa o mercado cripto de forma fundamentalista.
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