Incertezas sobre o corte nos juros americanos, fraco desempenho da China, queda do petróleo e risco fiscal pesaram sobre os ativos de risco no mês
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Novamente os ativos de risco não tiveram refresco em maio, e o ranking dos melhores investimentos do mês acabou vendo alguns repetecos em relação a abril.
Desta vez, porém, o perdedor do mês passado voltou a ocupar a primeira posição: o bitcoin foi o campeão de maio, seguido de dois outros ativos que já haviam ocupado o pódio em abril: o ouro e o dólar, que fechou este mês na faixa dos R$ 5,25.
Quem ocupou o desonroso posto de pior investimento do mês desta vez, porém, foi a bolsa brasileira, representada no ranking pelo seu principal índice, o Ibovespa. O indicador caiu 3,04% em maio, fechando aos 122.098 pontos, e já acumula baixa de 9,01% em 2024.
Em seguida, como seria de se esperar, vieram os títulos públicos prefixados e indexados à inflação de mais longo prazo, que também sofrem no acumulado do ano. Veja o ranking completo a seguir:
O mês de maio foi marcado por decisões de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que acabaram não tendo um efeito positivo sobre os investidores.
Por aqui, o Banco Central abandonou seu forward guidance e cortou a Selic em apenas 0,25 ponto percentual, em vez de 0,50 ponto, como havia sido indicado na reunião anterior.
Isso já era esperado pelo mercado, mas o que pegou mal mesmo foi o fato de que a decisão foi dividida, e os defensores do corte mais modesto e duro com a inflação foram justamente o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores mais antigos.
Os diretores indicados por Lula, incluindo aqueles cotados para suceder Campos Neto a partir do ano que vem, votaram a favor do maior corte, o que acendeu temores no mercado de que o novo comando do BC poderia ser mais leniente com a inflação.
A ata da reunião, no entanto, acabou mitigando esses temores, mostrando que, na verdade, os novos diretores temiam os possíveis efeitos de não cumprir o forward guidance.
Seja como for, fato é que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) não deu sinalizações para a próxima reunião, devido às fortes incertezas em relação a quando será feito finalmente o corte de juros nos EUA e aos possíveis efeitos na economia (e na inflação) das fortes chuvas que acometeram o Rio Grande do Sul durante o mês, afetando seriamente a produção agropecuária no estado.
Pelo lado do Federal Reserve, o banco central americano, os juros foram mantidos. Mas o tom duro contra a inflação da ata da reunião do Fomc, o Copom deles, deu a entender que os juros por lá podem ficar altos por mais tempo que o esperado.
Agora, as maiores apostas para cortes de juros nos EUA se concentram em setembro e novembro, e ainda assim mostram que o mercado se encontra dividido.
A economia americana até deu sinais de arrefecimento neste mês, tanto na inflação quanto no emprego, mas os índices de preços ainda se mostram resilientes.
O cenário de aperto monetário combina-se com os temores em relação ao fiscal doméstico. Depois de o governo indicar em abril que não trabalhará mais com meta de superávit para o ano que vem, e sim de déficit zero novamente, neste mês alguns dados de arrecadação vieram abaixo do esperado pelo mercado, que vem perdendo a confiança no nível de responsabilidade fiscal do governo.
Esses fatores impulsionaram mais uma vez os juros futuros para cima, o que contribui para a queda das ações e dos títulos públicos prefixados e indexados à inflação, que se desvalorizam quando os juros sobem.
No Brasil, aliás, vimos as expectativas para a taxa básica de juros no fim do ano subirem mais uma vez. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, os economistas agora esperam que a Selic termine o ano em 10%, isto é, ainda nos dois dígitos.
A força ainda exibida pela economia americana, que continua a atrasar o possível movimento de corte de juros, impulsiona o dólar para cima, mesmo ante outras moedas fortes, além de pesar sobre os preços do petróleo.
Cotada na moeda americana, a commodity fica mais cara para os consumidores cuja moeda não é o dólar, o que enfraquece a demanda e, consequentemente, joga seu preço para baixo.
Além disso, a política de juros altos por mais tempo afeta até mesmo a demanda pela commodity nos Estados Unidos. Os estoques americanos de petróleo surpreenderam para cima neste mês, o que foi outro fator a pressionar o preços do barril.
A cotação do óleo tipo Brent, que serve de referência internacional, recuou quase 8% no mês, enquanto o barril do WTI, referência do mercado americano, caiu mais de 6,5%.
Com isso, as petroleiras na bolsa brasileira caíram forte, incluindo a Petrobras (PETR4), que tem grande peso no Ibovespa. As ações acumulam perda de mais de 3% em maio.
A estatal, aliás, passou por fortes emoções neste mês, com a demissão de Jean Paul Prates do cargo de presidente e a indicação de Magda Chambriard para seu lugar, reacendendo os temores de intervenção do governo, sobretudo na política de preços de combustíveis e dividendos.
Para além do dólar mais forte globalmente, o real também se enfraqueceu, simultaneamente, diante de dados econômicos mais fracos na China, o que pesa sobre a demanda dos produtos de exportação brasileiros.
O ouro, por sua vez, prosseguiu seu movimento de valorização no ano. A expectativa de que os juros americanos sejam cortados em algum momento em breve desencadeou esse movimento de alta, que não tem arrefecido nem mesmo com os seguidos adiamentos na expectativa de início para os cortes.
Ainda que as taxas se mantenham elevadas – o que torna os títulos do Tesouro americano mais atrativos que o metal precioso, que não paga juros –, o ouro segue se valorizando, diante da perspectiva de que os juros não devem mais subir na Terra do Tio Sam, mas com os índices de preços ainda pressionados por lá.
A commodity metálica, assim, vem assumindo seu papel de proteção contra a inflação, reforçado pelos conflitos geopolíticos e guerras potencialmente inflacionárias em curso hoje no mundo – as tensões entre China e EUA, a guerra da Ucrânia e a guerra em Gaza.
O bitcoin também teria seus motivos para segurar as altas, uma vez que o mercado cripto também não costuma gostar de juros altos no mundo e sem perspectivas claras de cair.
Porém, esse mercado foi marcado por um acontecimento importante em maio, a aprovação dos primeiros ETFs (fundos de índice) de Ethereum spot (à vista) nos EUA.
Assim como acontecia com os ETFs de bitcoin, os ETFs de ETH só podiam investir em contratos futuros da segunda maior criptomoeda do mundo. Agora, os ETFs de ETH à vista obrigam os gestores dos fundos a de fato comprar Ethereum, o que amplia a demanda, e consequentemente os preços, nesse mercado.
A aprovação impulsionou os preços do Ethereum da mesma forma que os preços do bitcoin subiram após a aprovação dos ETFs de BTC spot. O ETH terminou o mês em alta de 27%, na faixa dos US$ 3.700, quase R$ 20 mil.
Esse sinal de maior profissionalização e institucionalização do mercado cripto, uma vez que grandes investidores institucionais podem investir nesses ETFs, impulsionou os preços dos criptoativos como um todo, incluindo o do BTC, que termina o mês cotado na faixa dos US$ 67 mil, mas no melhor momento de maio chegou a passar de US$ 71 mil.
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